Vida, fim, terror
Abro
os olhos, o sono foi me roubado, o luar domina a escuridão, a lua tatuada em meu braço arde, um formigamento me atinge.
Resolvo por ai caminhar, andando, avisto um homem, olhos negros como o céu
noturno, cabelos compridos, um manto negro cobre-lhe o corpo, aos meus olhos
ele parece a personificação perfeita da noite. Quando caminha é como se flutuasse,
ao seu redor uma áurea misteriosa surge. Meu coração dispara quando aqueles
olhos, tão negros quanto as trevas, se encontram com os meus. Ao seu lado um menino o
acompanha, não tão misterioso quanto ele,
mas emanando um poder extraordinário.
De repente, minha
atenção se concentra totalmente em um barulho no céu, corvos chorando
tristemente, e quando volto esta minha mesma atenção à aquele homem tão
misterioso, ele não se vê mais ali.
Na minha cabeça, começo a me convencer de que aquilo fora
apenas uma ilusão criada por mim mesma, é totalmente utópico um homem tão
fantástico olhar para uma garota, tão palerma feito eu. Permaneço naquele mesmo
lugar por mais alguns minutos, juntos,
eu e minha mente tão confusa, viaja de volta para aqueles segundos passados,
para aqueles olhos irreais.
Ao me virar para voltar ao meu lar, minha curiosidade é despertada, um ruído, como passos gentis
chegam aos meus ouvidos. Persigo esses passos que me levam a uma área
totalmente desconhecida por mim , coberta por árvores marcadas por um líquido
avermelhado que possue um cheiro conhecido, minha memória é logo atingida e
repito sussurrando para mim mesma :- sangue. O medo toma me o corpo , começo a
correr pela estrada que havia me trazido até aqui, ouço vozes, gritos e choros.
Correndo, algo me atinge e me faz cair na grama úmida, adormecida. Talvez uma
pancada? Não, uma coisa mais forte, mais sobrenatural, magia? Sim, magia negra.
Sou
despertada por um cheiro horrível, sinto me tonta e me vejo cercada por barras
de metais enferrujados, o lugar traz lembranças de castelos medievais, aqueles vistos nos grandes
livros de historia.Ouço falas seguidas de uma risada maligna. Uma mulher , dona
de uma aparência assustadora vem em minha direção, ela me direciona um olhar de
desgosto e com uma voz rouca sussurra
algo q me traz um arrepio :- morte. Faço de tudo para poder escapar dessa, mas ela
não podia me compreender , só gargalhava. E esse gargalhar me enchia de medo, cada vez mais o medo me
matava por dentro. Quando vejo que não
há mais o que eu possa fazer e a mulher
esta a me matar , algo a atinge e ela cai no chão, na porta, aquele menino ri
para mim. Em sua mãos, noto magia. Ao
seu lado aquele homem misterioso surge, ele vem ao meu encontro, noto dor
naqueles olhos intrigantes. Não me atrevo a nada, porém ele sim, nosso lábios
se unem, me assusto, seus lábios parecem me feitos de brisas geladas de uma noite
de outono, completamente frios. De repente gritos dominam aquela sala e vemos o
pobre menino enforcado, morto e coberto por aquele mesmo liquido avermelhado .
Algo nos atinge também, somos amaldiçoados , e dizemos assim, adeus a
aquela vida que fora tão breve e olá ao grande
deus Thanatos.
Escrito por Thassiana Harumi.